Para você não ser enganado, siga essas seis dicas básicas:
1. Verifique no manual do proprietário os carimbos das revisões feitas em concessionárias e compare os intervalos para ver se correspondem com a quilometragem informada no painel do carro. Para os que não foram revisados em concessionárias, exija notas fiscais de serviços feitos em oficinas particulares ou mesmo adesivos de trocas de óleo, nos quais também é possível comparar quilometragens e datas. Evite ao máximo carros sem esses históricos, já que essas informações podem não estar lá justamente para omitir uma adulteração.
2. Observe se existem marcas no plástico do painel que possam sugerir que ele tenha sido desmontado. Nada impede que em algum momento uma lâmpada queimada tenha sido substituída, por exemplo. Mas, se essas marcas forem identificadas, fique alerta; o painel pode ter sido desmontado para coisa pior (no caso, a adulteração do hodômetro).
3. Levando em conta que o motorista é quem mais tempo fica dentro de um carro, analise os desgastes do banco, volante, pedais e manopla do câmbio. Num carro com até 50.000 km, mais ou menos, o desgaste é quase nenhum e a aparência desses itens deve ser como a de um carro novo. Até 100.000 km, o desgaste ainda é baixo, mas já é possível verificar peças mais marcas de uso. Acima disso, é aceitável um pedal com a parte metálica à vista, volante mais liso ou espuma do banco com pouca densidade.
Deve ser considerado que o acabamento varia de um modelo para outro, assim como a forma que o motorista conduziu o veículo. Quem usa anéis ou transpira muito nas mãos pode provocar um desgaste mais rápido do volante, assim como uma pessoa mais pesada tende a desgastar mais o banco. Mas, de forma geral, é possível identificar visualmente esses sinais e comparar com os números que aparecem no painel. Evite, por exemplo, um carro muito desgastado que informa menos de 50.000 km.
4. Assim como a parte interna, o exterior do carro também deve condizer com o que o ele rodou. Não dá para aceitar pintura queimada ou faróis amarelados num carro com “baixa” quilometragem.
5. Os pneus mostram muito como o carro foi usado. Um jogo dura, em média, entre 40.000 km e 60.000 km ou cinco anos. A variação é grande porque alguns motoristas cuidam bem deles, mantendo-os calibrados, fazendo alinhamento, balanceamento e rodízio com frequência – essas medidas que prolongam a vida útil dos pneus. Levando isso em conta, um carro na faixa de quilometragem citada acima deve estar com os pneus que saíram da fábrica ou, no máximo, com o segundo jogo.
Para saber se é o primeiro jogo, basta ver a data do pneu, que vem identificada depois da sigla DOT – formada por quatro números, sendo os dois primeiros da semana e os dois últimos do ano em que foi fabricado. Esse ano deve ser o mesmo da fabricação do carro. Em veículos nos quais o estepe tem a mesma medida, é possível comparar a marca do pneu, que deve ser a mesma dos que estão em uso. Se não for o primeiro jogo, os pneus devem estar em excelente estado, já que rodaram pouco. Eu já vi carros com supostos 30.000 km que estavam num segundo – ou talvez o terceiro – jogo de pneus, que já estavam bem gastos. Como isso é possível?
6. Se ainda assim a dúvida persistir, procure levar o carro a uma concessionária ou oficina especializada antes de fechar negócio. Lá, é possível identificar, com aparelhos conectados ao módulo, se a quilometragem informada no painel condiz com o que está registrado no “cérebro eletrônico” do carro. Caso o dono não aceite levar o veículo para essa verificação, parta para um outro negócio. Afinal, quem não deve não teme.
muito obrigado pelas dicas!!!