Meio século depois de seu surgimento e sucesso absoluto, esportivo da marca norte-americana chega à sua sexta geração Mustang.
Ícone da cultura norte-americana, adorado por colecionadores, estrela de cinema e o modelo mais emblemático da Ford. Este é o Mustang, modelo esportivo da marca dos Estados Unidos que, neste ano, mais precisamente no dia 17 de abril, completa meio século de vida. Por tudo isso, existem poucos veículos com tanta importância para sua fabricante quanto ele. Trata-se de de um carro que vai além da questão do número de vendas.
Nascido no começo dos anos 60, o Mustang tinha o objetivo de oferecer um transporte acessível e esportivo para os jovens, que, de imediato, o aprovaram. Porém, ao longo dos anos, o modelo participou de inúmeras corridas, já “atuou” em diversos filmes e algumas de suas versões mais exóticas tornaram-se peças valiosas desejadas pelos colecionadores ricos.
1- 1962 – Mustang 1 Concept Car
O conceito do Mustang tinha apenas dois lugares e um motor central e acabou não sendo produzido para o mercado. No entanto, segundo a marca, o protótipo já ostentava as proporções reais dos “Pony Cars”, pois apresentava um longo capô, traseira curta e as laterais delineadas.
2- 1964: O nascimento do Ford Mustang
No dia 17 de abril de 1964, na Feira Mundial em Flushing Meadows, Nova Iorque, a Ford apresentou ao mundo o esportivo acessível chamado Mustang. Este nome foi inspirado no lendário avião de caça da Segunda Guerra Mundial, o P51 Mustang. Em seu lançamento, o modelo custava 2.368 dólares, nos Estados Unidos.
3- “1964½”
A primeira série do Mustang ficou conhecida como “1964½”, pois não foi lançada junta dos modelos de 64, que haviam surgido no fim do ano anterior. O design atraente do carro chamou a atenção dos jovens americanos, pois, com preços acessíveis, tornou-se o veículo dos “Baby Boomers” – como ficou conhecida a geração da época – para ir diariamente à faculdade.
4- O primeiro proprietário
O dono do primeiro Mustang de produção foi, na verdade, uma “dona”. Gail Wise, uma professora do ensino fundamental que, com 22 anos na época, havia decidido vender seu Chevy 58 e comprar um carro novo. Ela então foi visitar a área de exposição de um revendedor Ford em Chicago. Nada a convenceu, até que perguntou ao vendedor se havia algo mais. Nesse momento, ele lhe mostrou um Mustang conversível que não podia ainda ser exibido publicamente. Gail então se apaixonou e comprou o carro de imediato, no dia 15 de abril de 1964 – dois dias antes de sua estreia oficial.
5 – Shelby GT350 é lançado
Em março de 1965 foi apresentado a versão movida por um V8 de 4.7 litros que entregava até 306 cv. Este exemplar marcou o início de uma longa e frutífera parceria entre a Ford e o ex-piloto Carrol Shelby, que preparava carros da marca. Um ano depois, a empresa de aluguel de carros Hertz introduziu à sua frota um Shelby “GT350H”. O “H” naturalmente foi colocado por ser a inicial do nome da empresa.
6- 1966: 1 milhão de Mustang
Pouco menos de dois anos após o início da produção, a Ford já havia ultrapassado a marca de 1 milhão de unidades do modelo montadas.
7- 1968: Chega o V8 302
Neste ano, o V8 289 foi substituído pelo 302, uma variante “light” da motorização estelar da Ford utilizada nas competições. Além disso, o 427, que entregava 390 cv, era oferecido como opcional por 622 dólares a mais. No dia primeiro de abril daquele ano, o mesmo motor Cobra Jet estreia como pacote opcional destinado aos mais entusiastas por fortes emoções ao volante.
8- Em 1969 nasce o Mustang Boss
Surge então a filosofia “um cavalo para cada necessidade”, que desencadeia 11 opções diferentes de motorização. Alguns novos modelo adicionados à gama foram o Boss 302 de 290 cv, o Boss 429, de 275 cv, o Mustang Mach 1, dentre outros.
9- O Boss 302 School Bus
Um dos Mustang de corrida mais emblemáticos foi o Boss 302 School Bus, com o número 15 pintado na lataria, conduzido pelo lendário piloto Parnelli Jones, na Trans America Series, entre 1969 e 1970. Apesar do campeonato ter escapado em 69, no ano seguinte Parnelli o conquistou obtendo cinco vitórias em 11 corridas, incluindo a final em Riverside, considerada “teste para cardíaco” devido à carga de emoção.
10- 1971: Os maiores Mustang
Neste ano surgiram os maiores e mais pesados Mustang da história. Eram pouco mais de 30 centímetros mais compridos que o original e 272 quilos mais pesados. O Boss 351 com bloco Cleveland e cabeçote Cobra Jet era um deles. Além disso, o Match 1 ganha diversas versões sendo a Super Cobra Jet 429 a topo de linha.
11- 1974: Chega o Mustang II
Surge então a segunda geração do Mustang. Comparado ao modelo anterior, era 48 centímetros mais estreito e 222 quilos mais leve. Pela primeira vez não havia um motor V8 disponível e tampouco um conversível. Apesar de não ter sido dos mais apreciados, a ideia era voltar a origem do conceito, ou seja, um esportivo simples e pequeno.
12- 1976: O retorno das versões Cobra
A plataforma da segunda geração do Mustang era a mesma do pequeno Ford Pinto. Apesar das vendas terem sido animadoras – o Mustang II era mais eficiente e o vivia-se na época a crise do petróleo – a imagem de esportividade do carro estava se perdendo. Para contornar a situação, em 1976 a Ford decidiu retomar as versões Cobra e Match 1.
13- 1978: O Mustang II King Cobra
1978 foi o último ano do Mustang II e a Ford decidiu lançar o Mustang King Cobra como edição limitada que oferecia somente a motorização V8. O único objetivo era recuperar a imagem esportiva do carro. Foram produzidas apenas 4.313 unidades que traziam design muito mais agressivo. A enorme cobra desenhada no capô era o principal detalhe.
14- 1979: Chega o Mustang III
A terceira geração do esportivo foi produzida até 1993. A plataforma utilizada passou a ser a Fox, que era maior e 90 quilos mais pesada que a da geração anterior. Esse Mustang se caracterizou por ter oferecido numerosas opções mecânicas. Os entusiastas a dividem em dois: de 79-86 com faróis frontais quadrados e 87-93 sem a grade frontal, chamada Aero. Nesta geração, um motor de quatro cilindros de 2.3 litros turbo foi oferecido pela primeira vez.
15- 1987: Redesenhado e bem-sucedido 5.0
O facelift chamado “Aero” passou a incorporar alguns elementos visuais da versão SVO do ano anterior. A gama de versões é reduzida drásticamente, mas as equipadas com motor V8 de 5.0 litros se tornam imediatamente populares e alcançam grande volume de vendas. Além disso, o motor se tornou também uma estrela no mercado de ’tunning’.
16- 1993: O SVT Cobra
No último ano do Mustang III, a SVT (Special Vehicle Team) – divisão de alto desempenho – deu uma guinada com a variante SVT Cobra que, além de alguns detalhes estéticos sutis, apresentava melhora no desempenho. O V8 de 5.0 litros entregava 235 cv e 38.7 kgfm de torque eram suficientes para percorrer um quarto de milha em menos de 13 segundos. A edição limitada de apenas 107 unidades – todas vendidas antes mesmo do início da produção – também foi lançada. A variante exclusiva chamada “Cobra R” oferecia o mesmo motor do Cobra, era equipada de freios maiores, amortecedores e molas Koni, radiador de óleo e direção, ao passo que os bancos traseiros foram removidos.
17- 1994: O Mustang IV
No ano que completou três décadas de existência, o Mustang ganhou sua quarta geração. 1.330 das 1.850 peças do veículo foram alteradas e, um ano depois, o eterno 5.0 litros deixava de ser utilizado no esportivo. Para se despedir, a SVT produziu 250 unidades do Cobra R com 300 cv. Já em 1996 surgia o motor V8 de 4.6 litros.
18- 2000: O terceiro SVT Cobra R
Um ano antes, o Mustang havia recebido um facelift para obter aparência ainda mais agressiva e esportiva. As principais mudanças eram notáveis nos arcos das rodas, grade, para-choques e faróis. No entanto, em 2000 surge o terceiro SVT Cobra R com motor V8 DOHC de 5.4 litros e 385 cv. Além disso, um câmbio manual de seis marchas também foi oferecido pela primeira vez.
19- 2005: Renascem os ’Muscle Cars’
A Ford apresentou a quinta geração do Mustang que retomava diversos elementos de design dos tradicionais modelos dos anos 60 e 70. A expectativa gerada foi grande com o par de conceitos mostrados Salão de Detroit em 2003. O novo veículo passava a oferecer motores V6 de 210 cv e V8 de 300 cv. A geração marca o resurgimento dos “Muscle Cars”, uma vez que, devido ao sucesso do Mustang, Chevrolet e Chrysler resolveram ressuscitar seus respectivos modelos Camaro e Challenger.
20- 2011: O retorno do V8 de 5.0 litros
Em 2010, o Mustang recebeu atualização estética e melhorias nos equipamentos de segurança. No entanto, as atualizações mais importantes vieram apenas no ano seguinte. O V6 passou a ser de 3.7 litros e gerava 305 cv, enquanto que o V8 voltava a ser o famoso 5.0 litros – chamado de “Coyote”, era muito mais avançado e refinado – que entregava 412 cv.
21- 2012: Boss 302 revive
Neste ano, a Ford se propôs a desenvolver um Mustang com dinâmica e dirigibilidade jamais criados. O resultado foi tão satisfatório que até ressuscitaram a icônica denominação “Boss” – que, com motor V8 de 5.0 litros, era chamado ainda de 302. O propulsor recebia então melhora considerável e passava a produzir 444 cv, a suspensão foi totalmente revisada e recalibrada e um Torsen opcional foi adicionado. Os engenheiros da Ford haviam definido como rival a ser batido o BMW M3 E90. Uma versão mais extrema e limitada a 1.500 unidades foi criada e seu nome era “Boss 302 Laguna Seca” – em homenagem ao circuito onde Parnelli Jones foi campeão em 1970. Ela oferecia um pacote aerodinâmico para dar mais downsforce, suspensão de competição, pneus semi-lisos e a substituição do assento traseiro por uma barra em forma de X para dar mais rigidez estrutural.
22- 2013: O V8 mais potente do mundo
Através da divisão esportiva SVT, que completava 20 anos, a Ford lança o Shelby GT500 com o V8 de produção em série mais potente do mundo. O bloco de 5.8 litros, com a adição de um grande compressor e um intercooler, entregava 662 cv. Além disso, o GT500 foi o último a ser desenvolvido com Carrol Shelby ainda vivo.
23- 2015: A sexta geração
A nova geração representa um “salto exponencial” em termos de qualidade, acabamento interno e montagem. Será um carro global que oferece agora suspenção traseira independente, sistema multimídia MyFord Touch e três opções de motores: um V6 de entrada; o V8 Coyote e um novo quatro cilindros 2.3 litros Ecoboost, que marca o retorno de um L4 à gama de propulsores do Mustang. Nada mal para comemorar os primeiros 50 anos do modelo de maior sucesso da marca.
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