Enchentes e carros! Duas coisas que não combinam!

Nós da Racing Club, estamos situado na cidade de Poços de Caldas e ontem a noite (19/01/2016) tivemos fortes chuvas que deixaram boa parte da área central alagada, níveis de água jamais vistos na região. E nos deparamos com alguns amigos que ficaram na dúvida de como proceder em situações de travessias – entrando em uma área alagada. Segue algumas dicas para essas situações:

Durante uma forte chuva, encontrar seu carro debaixo de muita água é uma situação revoltante e de muita tristeza. Veja as dicas que podem ser muito úteis nessas situação desagradável.

1) Caso o motor morra durante a travessia, jamais tente dar a partida, mantenha-o desligado e remova o veículo até uma oficina. Diante da possibilidade de admissão de água, essa prática reduz o risco de danos causados ao motor por um calço hidráulico.

2) Observe a altura do nível de água do trecho alagado, a maioria das montadoras estabelece uma altura máxima para essas travessias, não podendo exceder o centro da roda.

3) É prudente que o veículo, durante o alagamento, seja dirigido em baixa velocidade, mantendo uma rotação maior e constante ao motor, em torno de 2.500 RPM, o que diminui a variação do nível da água e seu respingar junto ao motor, dificultando sua admissão indevida e a contaminação de componentes eletroeletrônicos, melhorando a aderência e a dirigibilidade do veículo.

4) No caso de veículos equipados com transmissão automática, a troca de marchas deve ser feita manualmente, selecionando a posição “1”. Dessa forma, o veículo não desenvolve tanta velocidade, sendo possível imprimir uma rotação maior ao motor. Outra possibilidade é manualmente alternar a troca de marchas entre “N” e “1”, de modo a manter a velocidade do veículo baixa durante o trecho alagado, sem descuidar da rotação do motor, sempre em torno de 2.500 RPM.

5) Alguns veículos automáticos oferecem como opcional o ajuste da tração, conhecido como “WINTER” ou “SNOW”. Embora sua função seja a de conferir maior segurança durante trechos de baixa aderência, como neve ou lama, evitando que o veículo patine graças ao bloqueio do diferencial, também deve ser utilizado durante alagamentos e enchentes, pois beneficia o controle da velocidade do veículo e da rotação do motor.

6) Mantenha a calma nos casos em que, durante a travessia de enchentes, sejam constatados sintomas como o aumento de esforço ao esterçar (direção hidráulica), variação na luminosidade das luzes do painel de instrumentos, alertas sonoros, flutuação dos ponteiros, luzes de anomalia da injeção eletrônica, bateria e ABS (se disponível) acesas, aumento do esforço ao acionar os freios e interrupção do funcionamento da tração 4 X 4 (veículos diesel), pois provavelmente todo esse quadro é causado pela perda de aderência entre a correia auxiliar e as respectivas polias da bomba da direção hidráulica, alternador e bomba de vácuo (veículo diesel), sendo, na maioria das vezes, um fato passageiro que não impede a dirigibilidade. Apenas reforce a cautela e mantenha o menor número possível de equipamentos ligados.

7) É recomendado desligar o ar condicionado, reduzindo assim o risco de calço hidráulico. Essa prática impede que alguns componentes joguem água na tomada de ar do motor. Veículos rebaixados e turbinados, na maioria das vezes, apresentam maiores riscos de sofrer calço hidráulico; por isso, é aconselhável manter a originalidade da montadora. Se o veículo estiver nessas condições, redobre a atenção aos procedimentos sugeridos.

8) Para os casos mais sérios de alagamentos, é recomendado preventivamente fazer um check-up, corrigindo, por exemplo, possíveis alterações do sistema de injeção eletrônica, muitas vezes simples e imperceptíveis nessa fase, como maus contatos, mas que posteriormente podem gerar grandes transtornos.

9) Pode haver, entre outros, a contaminação do canister, do óleo da transmissão, do(s) eixo(s) diferencial(is), no caso de veículos com tração traseira ou mesmo quatro por quatro, o que determina a redução da vida útil dos componentes integrantes desses conjuntos, além de riscos acentuados de falhas na embreagem, suspensão e freios. Para combater os efeitos dessa possibilidade, é recomendável encaminhar-se rapidamente até uma oficina e solicitar a avaliação desses itens.

10) Havendo travessias consecutivas de alagamentos, recomenda-se uma limpeza do sistema de ventilação, pois estará sujeito à contaminação por fungos, microrganismos e bactérias, demandando limpeza de todo o sistema para a utilização segura.

Caso o automóvel possua seguro, verifique se o mesmo possui essa cobertura e, se os estragos não ultrapassarem o valor da franquia, solicite a manutenção e possível correção dos problemas apresentados. Em todo caso, se o proprietário do automóvel não possuir seguro, não esta tudo perdido, efetuar uma manutenção preventiva e troca de alguns componentes que podem ter sido prejudicados vai ser indispensável nessas situações. Consultar um mecânico e um eletricista para verificar os principais componentes do carro, como alternador, velas, cabos e a bateria, verificar os sensores principais como “cebolinha”, sonda lambda, painel de fusíveis, e caso alguma peça tenha sido danificada trocar imediatamente. Efetuar uma boa higienização da parte interna incluindo carpetes, bancos e principalmente focar o ar condicionado e os dutos de ventilação do painel para retirar toda a contaminação ali acumulada.

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